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sexta-feira, 25 de março de 2011

A MINHA NAVALHA AINDA CORTA

A MINHA NAVALHA AINDA CORTA

A minha navalha ainda corta
Nas madrugadas frias
Ouvindo os gemidos dos saxofones
Soprados pelos fantasmas
De hoje e de ontem
A calmaria me reconforta
Mais do que me assusta

Entre um cigarro e outro
Intercalo goles de bebidas
Destiladas ou fermentadas
Desde que sejam baratas
A qualidade não importa muito
Desde que queimem a garganta
Acalmando a minha alma

A minha caneta solta palavras
Como um lança chamas
Sem se importar com as conseqüências
Concretas ou abstratas
Com rima ou sem rima
Com estrofe ou parágrafo
A ideia vem do ambiente pautado
Pela dialética existencial...

BRASIL: UM PAIS DE QUÊ?


BRASIL: UM PAIS DE QUÊ? 

Eu fiquei bastante surpreendido. Porque se levarmos em conta a vontade do povo, que foi objeto de consideração pelos representantes do povo no Congresso Nacional, a Lei da Ficha Limpa deveria já estar valendo.


Senador Eduardo Suplicy (PT-SP)

A cada notícia que assistimos pela televisão, jornal, internet e outros meios, ficamos cada vez mais surpresos pelos nossos governantes.

Pois acabo de ver nos noticiários, mas uma nova dessa politicagem onde o STF (Supremo Tribunal Federal) acaba de vetar a lei da ficha limpa, que não irá valer nas eleições de 2010 e sim e 2012.

Sendo isso, teremos alguns candidatos que estão respondendo processos de abuso de poder econômico, escândalo de mensalão, compra de votos, etc...

Mas o que podemos fazer?Apenas nada. Pois a lei da ficha limpa foi uma luta da sociedade para tentar acabar com essa podridão que é a nossa política, mas acaba perdendo, pois na verdade o interesse de nossos políticos é para si próprio.

A cada semana, mês, ano e década. No Brasil nada muda. Temos os mesmos políticos que está há 10 ou 20 anos ocupando a mesma cadeira, fazendo as mesmas coisas, mas no fim, reclamamos e acabamos votando nessa mesma pessoa novamente. Eles aumentam os próprios salários em votações extraordinárias e enrolam para aumentar o salário do próprio povo que colocam eles no parlamento. Criam investimentos milionários para copa, olimpíadas, mas esquecem de investir em educação, saúde, segurança e infra-estrutura.

Só em 2011, teremos aumento de passagens de trens, metrôs, ônibus. Aumento de imposto de renda, táxis, remédios e outras surpresas que devem vir durante ao ano, mas o aumento da população não vale para comprar um simples pacote de arroz, criando um descaso para a população.

Infelizmente, temos ainda que nos submeter a esse tipo de coisa, sendo que a nossa política a cada momento nos surpreende com noticias que apenas beneficiam eles e não a nós mesmo, mas vêm às próximas eleições, vão nos prometer mais saúdes, educação. Vão entrar em nossas comunidades preocupadas com as carências do local, prometendo fundos e mais fundos, pois após de ser eleito, vão esquecer do povo, da comunidade, das carências, etc...


Bem, passa ano, eleição e nada mudam... Aparecem novos projetos para nos ludibriar e na hora da decisão final, acaba em pizza. A ficha limpa era uma solução, onde poderíamos acreditar que a política do Brasil talvez fosse mudar pelo menos um pouco, mas a decisão de ontem, infelizmente não foi o que a população brasileira esperava, pois ainda teremos que ver políticos que estão em processos nos “representando” no parlamento. Mas a luta ainda continua, pois esperamos que pelo menos isso pudesse valer nas eleições de 2012 e já com a lei da reforma política aprovada, mas creio que hoje isso seja apenas um sonho, que talvez não seja realizado, pois hoje não podemos confiar nem em governo e nem em oposição, pois mantendo ou mudando, eles continuarão pensando neles e em seus bolsos e tratando a população brasileira como ratos...


JOSECLEI NUNES
Veja mais do autor em: http://joseclei.blogspot.com/

quarta-feira, 23 de março de 2011

FILHA DA NOITE

FILHA DA NOITE
por onde perambulam os sonhos de milhares de meninas e meninos?


há uma ruptura neste azul que te acinzenta

e te empalidece os olhos
sob o frio deste sol
a iluminar
mais uma manhã que não sorri

migalhas de gemidos
dançam
nos vãos de teus dentes amarelo-tabaco
sob a vertigem de estrelas artificiais
regada a alcaloides e anfetaminas
de fins de noite
em que luas se cobrem de limo
entre lençóis acres
torporosamente revirados
e fumaça

resta o vazio
a latejar ouvidos
o corpo cansado
ranhuras de amores fantasmas na pele
um choro no esôfago
e sonhos de princesa
trancafiados na masmorra
dos dias

amanhã
talvez
um talvez indolor
uma flor
nova cor
amanhã
de manhã

talvez

segunda-feira, 21 de março de 2011

PASSAGEIRO DO TEMPO



Aproveite a infância

Esse tempo é ligeiro
Sinta dele a fragrância

Quando adolescente ouvi
É seu primeiro amor?
O tempo passa
E passa essa dor

Quando jovem ensinaram
Estude, trabalhe
Não perca tempo!
Só o esforço é que vale

Quando maduro insistia
Não tem quem me impeça
Que tempo é dinheiro
E me perdi nessa pressa

Quando velho aprendi

Que o tempo não passa
Pra quem continua criança

Que o tempo não cura
A perda do amor

Que tempo te cobra
As escolhas erradas

Que pro tempo não importa
Quem tem mais dinheiro

Que meu corpo me cobra
Por ter sido ligeiro

Que o tempo não passa
Fui eu passageiro


Versão musicada:
Passageiro do tempo

Estrofe 01:

Quando criança me disseram
Aproveite a infância
Esse tempo é passageiro
Fica somente a lembrança

Adolescente eu ouvi
Esse é o seu primeiro amor?
O tempo passa num segundo
Você esquece dessa dor

Estribilho:

Hoje eu aprendi
Que o tempo não passa
Pra quem é criança
Que a vida cobra
Por ter sido ligeiro
Que o tempo não passa
Sou eu passageiro...

Hoje eu aprendi
Que o tempo não passa
Pra quem é criança
Que a vida cobra
Por ter sido ligeiro
O tempo não passa
Sou eu passageiro...

Estrofe 02:

Quando jovem me ensinaram
Sempre estude, sempre trabalhe
Esse tempo é passageiro
E o esforço é que vale

Então maduro eu insistia
Não tem nada que me impeça
Que o tempo é dinheiro
Fiquei perdido nessa pressa

Estribilho:

Hoje eu aprendi
Que o tempo não cura
A perda do amor
Que pro tempo
Não importa dinheiro
O tempo não passa
Sou eu passageiro...

Hoje eu aprendi
Que o tempo não passa
Pra quem é criança
Que a vida cobra
Por ter sido ligeiro
Que o tempo não passa
Sou eu passageiro...

sábado, 19 de março de 2011

CÁ MINHA HUMANIDADE


CÁ MINHA HUMANIDADE

Já entendi-Senhor Deus de todos os credos-
Que meus medos
Não sobrevivem à Razão.
Talvez, por isto,
Eis aqui um pagão
Papeando convosco.

Já entendi a insubserviência do gosto,
E o desgosto de ser tão teimoso.
Mas... me explique o que fazer
Para me suportar!

Umas vezes acordo querendo mar,
E em outras vou dormir
Odiando a humanidade...
Falta-me -por acaso-
Alguma sanidade
(ou humildade) 
De tal modo
Que possa eu caminhar
Mudo?

E meu mundo?
Mudo
Ou não?

Deixa pra lá...
Uma hora tudo isso deve passar,
E, talvez eu entenda algo melhor.
Na pior das hipóteses
Papeio com minha avó,
E morrerei de rir
De tudo que ela sempre me contou.
No fim de tudo, um café quente,
Uns bolinhos,
A cama quente
E duas doses de Prozac.

Talvez mais alguns capítulos deste almanaque
Que, hoje,
Não sei bem porque
Resolvi desfolhar
De
Novo.

MINHA HISTÓRIA

MINHA HISTÓRIA

Quero de você carinho superno
e todo amor que possa me dar
enquanto dure o contentamento
de estarmos juntos na ilusão do eterno.

Quero gozar e sentir esse momento,
no qual as peles se atraem mutuamente
e os corpos rezam a oração profana
ao Dionísio que fulgura em nossa mente.

Quero guardá-lo no cofre das alegrias
enquanto houver vida e memória,
para dizer ao mundo que fui feliz
ao ter você na minha história.



SOMBRAS E SOBRAS

SOMBRAS E SOBRAS

As crises de abstinência
Misturam-se aos delírios
Em um oceano de vômito 

Tenho onde cair 
Mas, prefiro cair bêbado
E minha única luz é 
A luz do cinzeiro 

Deixa um pouco de creme
Cair na sua boca
Pegue todas as estrelas que puder
Dentro das minhas roupas

Fique quieta quando eu entrar
Grite na hora certa
Amor e ódio na mesma balança

Qual remédio faz a gente continuar?
Me bata com seu chicote, talvez funcione
Morda minha cabeça, devagar
Faça um redemoinho quando cansar.

ARTE

ARTE

Não é privilégio

nem luxo;
é cesta básica
é biosfera

é último refúgio
necessidade 
anfitriã 
da última sanidade... 

Ela é vontade 
de traduzir 
emanar 
expurgar 
e perpetuar 
a impermanência

ela é artifício 
sacrifício 
tentativa vã 
em dar algum sentido 
a este caótico estado 
de ser gente...

BRAVO!

BRAVO!

Sigo pela estrada digital neste trem feito de conexões. Leio folhetos de cultura inútil.

Chego ao meu destino, abro uma porta que não é porta, que não está lá. Sou atendido e atentado pelo Mc Terrorista. Compro espaço na mídia e lá passo a viver.


Com um sinal fraco envio votos de compaixão a todas as pessoas desconectadas; mas elas não retornam a mensagem.

Estou cercado por baterias descartadas da matriz, entre projetos espaciais e patrocínios da hipocrisia.

Munido de livre arbítrio, não posso aprofundar a percepção do homem doxa, habitante e freqüentador do meio eletrônico primário.

Estou apto, graças à permissão da pirâmide planetária, a veicular em todo globo, qualquer globo, a inconsciência programada, bombardeada de mentiras.

Sublinho a subliminar proposta, aprovada pelo protagonista da festa do refestelar.

Aguardo uma conexão mais rápida, pois já se esvai a fumaça branca, do tiro que saiu pela culatra.


sexta-feira, 18 de março de 2011

LETAL

https://jornaldelfos.blogspot.com.br/2011/03/letal.html
LETAL

Não há exército que não caia
Não é espada nem canhão
A arma fatal? 
Aquela saia!

SAUDADE, VERDUGO DA ALMA


SAUDADE, VERDUGO DA ALMA

Ao tentar me distrair, e sentir um pouco de felicidade...
encontrei pessoas que nos foram, e são, muito queridas.

então, bateu-me a nostalgia,e sentí tanta, mas tanta saudade...

dos nossos lindos momentos, quando em nossas almas não haviam feridas...

Sei que sentirei para sempre tua falta, essa é a verdade...
viverei com esse amor imenso, morando eternamente no meu coração...
e se grandes amores não estão em alta, que fazer dessa minha realidade?
acham que sou especial, por continuar sentindo tão sagrada emoção?

E, não sabendo precisar a data, pois o futuro não posso advinhar...
se me perguntarem, se traí esse arrebatador sentimento...
direi que não, que não há nada que me façam, para ele acabar,
esquecer, apagar de mim...enfim, sair do meu pensamento!

Então, meu grande amor, aonde estiveres...
saiba que te amo, e que sempre te amarei.
e, se ainda pensas em mim...se ainda me quiseres...
me diz...nem precisas disfarçar, e pros teus braços correrei!

-Faz isso meu Rei....


SONHO COSMOPOLITA

SONHO COSMOPOLITA

Há de se aprender amar inteiro, externo,
dentro, no meio, na fúria, no olho do furacão;

tem que ser desmedido, aberto, de longe, tão perto,
no magma, no manto, do furo ao teto;

deve ter a força da tectônica quebrando fronteiras
de armas, de muros, de grana, de pele, de credo;

pode sacudir o mar aqui, acolá, ali, além do bloco,
mais fundo, no raso, do rosto molhado de sal;

há de se educar para transitar livre em qualquer pedaço,
dar passos largos e longos abraços, sorrir em todo idioma;

tem que ser laço bem dado, cadarço de sapato que pisa sem medo,
dedo que aponta bioma cuidado, vento de novas sempre boas;

deve ter pombas reais e paz entre todas as espécies, peças completas,
portas abertas, mesas fartas, brilho nos olhos, caminhos tranquilos;

pode derreter geleiras, aumentar o mar, tremer qualquer lugar...
cada homem e do mundo todo, a Terra e de toda gente.

CACHOLA

https://jornaldelfos.blogspot.com.br/2011/03/cachola.html 
CACHOLA

Dentro da massa craniana 
A metodologia da inspiração
Comporta-se como doidivanas
Abusando da mistificação

Não grita a voz da consciência
Contra o oráculo da insanidade
E transporta os delírios da demência
Com toda sua personalidade.

Num lampejo psicótico
Escoa no papel peloticas
Há quem ache magnífico
E encontre evidencias lógicas

SONETO MINGUANTE


SONETO MINGUANTE

Se acaso precisas com afã de amor e carinho,
abandona agora a esperança, pobre coitado.
Esconde a alma de teu deus e aguarda o Diabo,
e prepara-te para o escuro caminho.

Em tal trilha sem fé andas sozinho
e o coração, a ferro marcado,
cedo ou tarde inda dará cabo
das luzes de teu mundinho.

Quem muito ama, meu caro,
está condenado
a ficar só.

Sem amparo,
tornado
pó.



quinta-feira, 17 de março de 2011

AMPULHETA



A CIDADE

A CIDADE

A cidade cede luzes, cede asfalto
a seus ratos e baratas, sua elite
Requebrando um pé descalço um salto alto
Altos brados, vai cantando o novo hit

A cidade pede grana, teme assalto
Violenta, e que ninguém desacredite
Litorânea, lá da serra, do planalto
Pisa fundo, passa muito do limite

Bebe todas, passa a noite toda insone
E amanhece condenando a vizinhança
A cidade perna fina e silicone

Quer memória, quer notícia e confiança
Muito embora deixe nome e telefone
A cidade não te espera nem te alcança.

ANGELUS PÓSTUMUS

ANGELUS PÓSTUMUS


Querem saber dos meus versos
Do meu sangue, da intensa dor
Do cheiro dos corpos, do sexo
Do velho rosário em denso negror

Querem o sambar e sonhar
O fogo do magma, o ardor
A lama, a palha, o brotar
Querem os dentes do dragão voador

Querem o pedaço da noite
O último gole, hálito e saliva
Querem da morte a foice

O matraquear, a nota, a notícia
E depois da sentença, o açoite
Eles querem de volta suas vidas


FUMAÇA

FUMAÇA

Arrasto comigo uma sede
De cenas que não vivi
De barcos que já partiram
De peles que não senti
Arrasto uma linha pendendo
Pras bandas do fim do mundo
Que escorre a cada segundo
Nas brechas por onde adentro
E levo dois milhões de olhares
Mil bocas que não beijei
Imagens que guardo lá dentro
E um rastro que não deixei

quarta-feira, 16 de março de 2011

POEMA CINZA

POEMA CINZA

Vai ver nem era dia,eu que andava sonhando
sóis demais.

Vai ver nem era alegria
tão só um riso numa crise.
Penso que talvez
até rissem de mim.
Esses dias, ando um tanto equivocado.
Às vezes, plateia. Às vezes, palhaço.

E esta desconfiança no que tanto confiava.
Desesperança, no que bem prenunciava.

Sigo assim, estranhando tudo,
feito poeta, ante o lago mudo.

Nuns momentos, já parti.
Noutros, fiquei

só.


Batizo cada momento
com nomes que me esqueço.


O vento, só o vento
sabe ainda
meu endereço.

EUTANÁSIA

EUTANÁSIA

Olho dentro de mim
Sopro de uma autocrítica
Sei que nem sempre me expressei assim
Falo muitas vezes em mímica.


Quase sempre não me abarco 
Jamais confessarei isso a alguém. 
Lindo é lutar para ser, já sendo 
Terrível deve ser querer ser maior, e ser ninguém. 

Me bato, com um tapa na cara
Me calo, berro para dentro
Me mudo, faço as malas
Me chamo, sou bem desatento.

Por fim me penitencio por inteiro
Espero que alguém me impeça
Faço promessa em um outeiro
Arranco de vez minha cabeça.

André Anlub

ESTUPIDEZ

ESTUPIDEZ

Aos estelares raios fustigantes
Divaguei pelas frias madrugadas
A tristeza das almas mergulhadas
Na solidão das dores lancinantes!

Invoquei divindades renegadas
Numa assembléia de imortais gigantes
E aos rojões de narcóticos possantes
Pude até lhes ouvir as gargalhadas!

E assimilei o que me foi predito,
Exorcizando meu dantesco horror
Às camadas mesquinhas e pequenas,

Pois vi na estupidez do meu agito
Que os monstros que me causam mais temor
Estão na mente e só na mente apenas...

segunda-feira, 14 de março de 2011

EXISTENCIALISMO

https://jornaldelfos.blogspot.com.br/2011/03/existencialismo.html

EXISTENCIALISMO

Ontem descobri que não existo.
Que a despeito de Sartre
e da matéria componente de tudo
ser exige mais que saber-se.

Porque eu me sabia, ah sim!
Contava a todos os ventos
os feitos do polegar opositor
e 31 anos de imitação.

E me dizia alegrar-me com ver
que meu nome assinado na tela
duraria mais tempo que a carne
até que o fogo enegreceu a aquarela.

Toda uma história de vida
mentida e ensaiada na frente do espelho
estilhaçou-se com o vento e ao chão
ficou. Cacos de vida, sujeira;

E ninguém pra herdar
sete anos de azar.