ANGELUS PÓSTUMUS
Querem saber dos meus versos
Do meu sangue, da intensa dor
Do cheiro dos corpos, do sexo
Do velho rosário em denso negror
Querem o sambar e sonhar
O fogo do magma, o ardor
A lama, a palha, o brotar
Querem os dentes do dragão voador
Querem o pedaço da noite
O último gole, hálito e saliva
Querem da morte a foice
O matraquear, a nota, a notícia
E depois da sentença, o açoite
Eles querem de volta suas vidas