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quinta-feira, 10 de março de 2011

CANTATA

CANTATA

eu tenho uma saudade circulando nas veias
saudade que gira, que me entontece

uma saudade que me compõe
que se me impõe

fora de mim é frio
o amor que esquento entre as vísceras
escondo das hienas

fora é frio e o vento fere
pele sobre pele
enquanto minha poesia se dissipa

eu tenho uma saudade que me assusta
e que me aquece

uma saudade no sangue
rubra
amarela
furta cor
da cor que eu pintar

e tenho as cores que quero
e as que não quero
cá em mim

fora é frio, mas tem os lábios
sim, os lábios
tem os lábios que me banham

e das certezas que não tenho
acomodo-as num ventre quente de mulher
aconchego-me

assim rasgo o tempo
canto horas que ouvi
carrego dias



Celso

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