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sexta-feira, 18 de março de 2011

SONHO COSMOPOLITA

SONHO COSMOPOLITA

Há de se aprender amar inteiro, externo,
dentro, no meio, na fúria, no olho do furacão;

tem que ser desmedido, aberto, de longe, tão perto,
no magma, no manto, do furo ao teto;

deve ter a força da tectônica quebrando fronteiras
de armas, de muros, de grana, de pele, de credo;

pode sacudir o mar aqui, acolá, ali, além do bloco,
mais fundo, no raso, do rosto molhado de sal;

há de se educar para transitar livre em qualquer pedaço,
dar passos largos e longos abraços, sorrir em todo idioma;

tem que ser laço bem dado, cadarço de sapato que pisa sem medo,
dedo que aponta bioma cuidado, vento de novas sempre boas;

deve ter pombas reais e paz entre todas as espécies, peças completas,
portas abertas, mesas fartas, brilho nos olhos, caminhos tranquilos;

pode derreter geleiras, aumentar o mar, tremer qualquer lugar...
cada homem e do mundo todo, a Terra e de toda gente.