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sábado, 5 de novembro de 2011

A Existência é Um Gerúndio Mecanicista


A Existência é Um Gerúndio Mecanicista

Preciso entender o que ocorre em minha mente, e para tal, granjeio oportunidades tantas possíveis para que o intelecto se expresse e esgote seus argumentos. Dedico então, significativos instantes a meditar e observar, de onde procedem e para onde vão as minhas atitudes e pensamentos. A mira é um pleno controle mental, total domínio sobre a dinâmica, sobre meus anseios e reações. 

Almejo refletir mais e melhor, pois não pretendo continuar a ser passivamente "pensando" pelos meus padrões pré-concebidos. 

O cotidiano que me envolve perdeu seu curso sereno. Transformações evidenciam-se sem parar, numa velocidade alucinante, entretanto, minhas dispendiosas tentativas não conseguem manter-me alheio. As velhas soluções, às quais outrora recorria sem hesitação, hoje justificam os rótulos de obsoletas e ineficazes. 

A mente é apenas uma porção da complexidade que me compõe, porém quando sou por ela dominado, revelo-me uma grande indústria de intensa confusão e insistentes resoluções esclerosadas. 

Para que eu alcance níveis mais satisfatórios de equilíbrio e harmonia, preciso interromper a difusão da mente pelos domínios do meu coração. Pascal disse que "o coração tem razões que a razão desconhece". Suponho que o objetivo do coração é iluminar o amor e a dor, para que a mente enxergue e eu possa expressar minha verdadeira e integrada natureza. 

No exato e certo instante em que eu desistir de vasculhar quinquilharias e compreender que os condicionamentos são produtos forjados na confusão mental, o coração liberta-se-à para buscar o insight. 

Dúvidas, medo, negações e críticas são as paredes que bloqueiam o acesso ao coração. Investidas brutais contra tão duras e resistentes paredes são as causas de todo o sofrimento. Contudo, se aceitá-lo com compaixão, poderei dissolvê-lo na amplitude de novos paradigmas. Tudo, então, flutuará na amorosidade latente na essência do existir. 

Estará, então, para mim desvendado o legado cartesiano.

Wasil Sacharuk