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segunda-feira, 24 de abril de 2017

FALANDO AO CORAÇÃO

FALANDO AO CORAÇÃO
Por: Rosimar Brito

Prezados amigos, 

"Sabemos que a morte não é o fim de tudo, mas o início de vida nova, de uma vida nova, de uma vida em plenitude!" Assim se expressou Albaniza Ribeiro em seu discurso às folhas 43 do Documentário sobre a maior educadora de Pacoti, Ir Olga Ferraz.

Este também é o credo que hoje, aqui, professamos. Por isso, para nós, Albaniza não morreu, apenas voou para o Céu dos Anjos e dos poetas...

Aqui deixou seu exemplo de mulher, guerreira, de filha amorosa, irmã, tia, amiga, aluna, esposa, mãe, avó dedicada; exemplo de companheira de trabalho, profissional competente não somente no Magistério, mas também em outras áreas do conhecimento.

Sempre criativa e obstinada em seus projetos independentes, deixou sua marca registrada como intelectual e amiga das Artes. Demonstrou sua capacidade não apenas como adepta da boa leitura, assídua e inteligente além de criteriosa na escolha dos livros analisados, mas, principalmente, como mulher letrada e beletrista, segura de seu potencial, bem informada, atualizada em suas pesquisas sociais e conectada com o mundo em seus diversos e polêmicos aspectos noticiados e noticiosos.

Sempre estudiosa, observadora e contemplativa, mas, acima de tudo, espiritualizada. Moderna em suas ideias e atitudes; jovem, confiante e eficiente na realização de seus projetos de vida e trabalho. Fazia dos livros não somente seus fiéis companheiros, mas também com eles construía os alicerces de seu fazer pedagógico e literário, sonhando com uma possível publicação dos textos mais significativos e especiais por ela produzidos. Muito desejou e esperou realizar, em vida, esse grande sonho, mas, infelizmente não lhe foi possível concretizar esta proeza, apesar de merecer nosso reconhecimento e admiração como pessoa culta que era.

Em sua difícil, mas insistente e constante luta pela conquista da saúde e da felicidade, Albaniza mostrava-se, muitas vezes, enigmática por excelência. Não escondia sua vaidade de mulher-menina, com seu ar de garota fatal. Não disfarçava seu poder de ninfa, musa e Pitonisa, mas, geralmente se reservava, silenciosa e meditativa, num mundo indecifrável que somente ela conhecia. 

Agora, no espaço sideral, Albaniza virou ESTRELINHA na convicção das crianças e se mostra, brilhante e faceira na concepção dos poetas, seus iguais, em cujos corações ficaram tatuados os poemas MINHA ESTRELA e SAUDADE, de Augusto dos Anjos e Florbela Espanca, respectivamente, seus poetas preferidos.

Depois, de nos fazer refletir com sua breve trajetória de vida aqui na Terra, sobre as lições filosóficas do "Pequeno Príncipe" de Saint Exupéry, Albaniza retornou ao seu lugar de origem no Jardim Celeste, onde, radiante e sorridente, por toda a Eternidade, continuará a cultivar seus gerânios e a contemplar, ao pôr do Sol, o travesso bailar das borboletas multicores, ouvindo, maravilhada e silenciosa, o alegre trinar dos canoros e coloridos passarinhos que lhe oferecem, como presente, maviosas sinfonias em deslumbrantes madrigais, pois, como diz o poeta Manoel de Barros, "Poesia é voar fora da asa". 

Albaniza conduziu, resignada, sua cruz, mas agora fez sua Páscoa e, na Eternidade, nos espera para o encontro definitivo com o Todo Poderoso Pai Nosso de Todos os Dias, sob as bênçãos e proteção de nossa Mãe, Maria Santíssima, em cujos braços, com Jesus Cristo, também seremos acolhidos e repousaremos até o dia da RESSURREIÇÃO.

E assim, enquanto aguardamos nossa hora, seguiremos cantando, com Zizi Possi, a canção "Asa Morena" sempre que nos apertarem o peito as QUATRO FASES DO LUTO que nos dilacera o coração: a DOR, a FALTA, a SAUDADE e a LEMBRANÇA de nossa querida Albaniza Ribeiro.

OBS: 23/04/2017, Missa da Misericórdia e Dia mundial do Livro.