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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

RECUSO-ME

RECUSO-ME

Seca o ventre
Da relva rasa
Abre o vulto
Suja o rosto
De banalidade flácida
Hoje sou Sylvia Plath

Conter a peste
Da mente presa
Cega o passo
Do cuspe vago
Logo empurra o êmbolo
Hoje sou Ana Cristina César

Fresta fria
Na frente do olho
Rompe o micróbio
Fuga reta
Valido sintoma próximo
Hoje sou Torquato Neto

Rege a febre
Acusa o vírus
No colo velho
Cobre o muro
De gaze etérea e tóxica
Hoje sou Walter Benjamim

O calo na fossa
Passa lento
Engole o caso
E o crime surdo
De melancolia última
Hoje sou Virginia Woolf

Por acaso

ROBSON
Veja mais do autor em: http://www.robsonbreno.blogspot.com/