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terça-feira, 30 de outubro de 2012

BLECAUTE NO INFERNO



Blecaute no Inferno

Que as almas de inocentes no nosso mundo sejam quimeras de estimação, que seja a ultima das canções sombrias das bestas aladas, que quanto mais desfrutamos das dores e do tormento, que eles sejam eternos, que a força de continuar pecaminoso nesse mundo frio esteja em rios de sangue, que o sangue de outros vermes irás degustar e saborear em vosso paladar, que a fome rasque nossas barrigas para nós tornarmos seres bizarros e violentos contras nós mesmo, que não merecemos morrer mais poderemos desfrutar tudo aquilo que nossa especie de seres sinistros nos ofereça. 

Que a essência desse fruto seja enraizada no coração de vossa Leide, que o néctar do medo em que vivemos possa lhe dar prazer,
que a esperança dos tolos sirva de riso e motivo de gozação, que a grama seja tão negra quanto as dores de uma morte sufocante e lenta.

Cortaremos as línguas dos que falam e os dedos dos que escrevem, mataremos o amor e sua amante, a esperança, proclamaremos colapso entre as espécie e assim viveremos nosso último dia daquilo que nos ensinaram a ignorar.

LUCAS PACKER

SEM TÍTULO


Meus olhos duvidavam do que viam,
com meu vocabulário eu mal descrevia, 
era lindo e ao mesmo tempo aterrorizante, 
eu não imaginava perceber aquele sentimento dançante, 
e não esperava que depois daquilo tudo você se tornasse alguém tão 
distante... 
Eu poderia pedir perdão, 
chegar a redenção, 
dançar sobre as sombras da equivocação, 
eu não quero sua pena, 
quero sua marca, 
não a sua lembrança. 
Vamos deixar o orgulho nos carregar, 
os insetos nos devorar, 
a casa se superlotar, 
por almas perdidas que por ti não podem lutar. 
Você deixou o anel de prata cair de seus dedos, 
por mero anseio, 
por simples desespero, 
você vai deixar em fim o orgulho nos dominar?



LUCAS ÁVILA

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A DOENÇA


A DOENÇA

É essa mesma doença que causa uma enfermidade incurável.
Capaz de matar qualquer homem saudável.
A esperança se transforma em descrença.
E essa descrença é a mesma que alimenta a incurável doença.

Eu irei venerar-te quando tu te confundires com o pó da terra. 
Falarei aos ares essas minhas palavras incertas.
Porque, a descrença que age dentro de mim,
Enfraquece ao te ver sorrir.

Nina Rodrigues

sábado, 20 de outubro de 2012

ENTREVISTA COM CECÍLIA PIRES


ENTREVISTA COM CECÍLIA PIRES

Cecília:
_Oi. Deixa eu te contar: o procurador do município daqui de Guaramiranga me colocou pra fora da sala só porque exerci minha cidadania. E olha que sou concursada, fiscal de tributos. Não me aceita dentro da sala onde fico trabalhando. A pressão tá grande.

Votei na oposição. Mas eles não entendem a escolha que fiz. Ele me desmoralizou, mas gravei tudo. Já passei para um advogado e também para o repórter Nelson Faena.

Depois de me entrevistar o repórter foi entrevistar ele. Aí ele quer fazer acordo comigo, o Marcélio. Que eu não leve o caso pra frente não; com isso ele faz um documento me transferindo pra trabalhar no fórum.

Tá doido ele. Já era! Agora vou até o fim. Tenho prova do que ele fez comigo gravações. Disse que se eu não saísse da sala ia ficar me humilhando, fazendo confusão comigo todo dia. Sofri injúria, danos morais, constrangimento, fui caluniada. Disse que tô contagiada com gente do mal. Com gente que mente. Estou sendo discriminada por eles.

Foi assim: Ele queria que eu voltasse a trabalhar só dia 1° de janeiro. Que eu ficasse só batendo ponto e receber o salário como se tivesse trabalhando. Não aceitei.

Pedi um documento assinado com essa autorização, ele recusou-se a dar. Aí, quando ele me viu na sala, me colocou pra fora e disse que não me queria mais ali.

Ateu Poeta:_Pode processar por assédio moral. Tava me lembrando aqui que nunca mais entrevistei ninguém. Sabe que eu tenho um jornalzinho aqui né? Esse: http://jornaldelfos.blogspot.com.br/

Cecília:_Poste nele. Quero ser entrevistada.

Ateu Poeta:_1- Conte mais detalhadamente como tudo começou.

Cecília:_ Na segunda-feira o procurador do município de Guaramiranga veio me fazer uma proposta: para que eu ficasse assinando o ponto e voltar pra casa mas recebendo o salário normal e voltar  a trabalhar só dia 1ª de janeiro. Mas eu perguntei porquê.

Ele disse porque eu seria ameaça para eles pois sou adversária política e tudo o que eu ouvisse ou visse iria correndo dizer aos adversários políticos no caso, Roberlândia. Eu disse que aceitaria se ele me desse essa licença por escrito, e ele recusou. Disse que não pode, que o ponto já seria suficiente.

Ateu Poeta:_Justamente ele não pode fazer, porque isso é prova contra ele.

Cecília:_Aí fui na terça concluir algumas coisas, mas ele já tinha mandado outra pessoa fazer. Quarta fui só assinar o ponto e quinta-feira quando ele me viu na sala foi escândalo.

"Veio trabalhar por quê? Não quero você aqui! Eu já disse. Saia da sala! Não quero você aqui porque você é mentirosa! Não confio mais em você! Vocês mentem e fazem confusão demais, vocês do outro lado".

Eu disse que não ia sair. Fiz concurso para estar ali. Fiscal de tributos. Aí ele disse "Se não sair vai aguentar as consequências. Vou lhe humilhar. Colocar você pra fazer muita coisa; se não fizer ponho na sua ficha. Se ficar já sabe, vou fazer confusão com você".

Ateu Poeta: 2-E tudo isso por que você é eleitora do lado oposto?

Cecília:_Exatamente. Se a lei me ampara por que temer?

Ateu Poeta 3:_ Você já denunciou à justiça? 

Cecília:_Fiz denúncia ao ministério público na quinta-feira. Já tenho  um advogado acompanhando o caso. 

Ateu Poeta
19:45
20/10/2012
Entrevista via Facebook

DIA DO POETA

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

LIQUIDIFICADOR DA LOUCURA


Liquidificador da loucura 

Sentia-se flutuando no rubro crepúsculo 
Como se houvessem douradas asas 
Solto ao vento e o corpo em brasa 
Como pluma de uma ave rara, sem rumo. 

Amor latente ao peito entregue 
De frente à porta da felicidade 
O jeito que seu orbe teve de dar-lhe presente 
O laço que desenlaça na fantasia da alma. 

Brilho agudo da aura que passa célere 
De horas que passam em segundos 
Em lumes no gelo de um tempo absurdo 
Reflexo da cara metade em seu próprio espelho. 

Quem seria essa merecedora de intenso amor? 
Seria o esplendor da gloria conquistada? 
Seria a mais briosa enamorada? 
Não, não houve procura 
Houve sorte e destino 
Houve física e química 
No liquidificador da loucura. 

André Anlub