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terça-feira, 27 de março de 2012

Foi hoje pela manhã



Foi hoje pela manhã

Solto os verbos com as rimas
Loucura sob o céu que observa
Fortes são minhas asas que vão ao vento
Fazendo do meu mundo minha quimera.

Sem bússola e sem direção
Emoção no contato com novos povos
Povos com ritmo, sem inadequação
Que eternizam a ação do tempo.

Nas paredes descascadas das igrejas
Visíveis imagens do envelhecimento
Desmascaram as pelejas
Nas esquinas religiosas.

Joelhos ao chão em devoção
Entregam-se ao fado hipotético
Aproveito e solto meu canto poético
Afiada e desafinada oração.

Na saída não apago a luz
Entregue ao provável destino
Com estilo de esporte fino
Nos pés um belo bico fino.

Charuto cubano no boca
Fito no horizonte o disparate
Aceno para qualquer boa pessoa
Quero à toa uma guarida.

Volto do meu voo imaginário
Toquei o belo azul turquesa
Preservo com idoneidade e clareza
O que ponho no papel da minha vida.

André Anlub
Imagem: arq. pessoal

quarta-feira, 21 de março de 2012

Dos Outonos


Dos Outonos

Já é outono...
Já é beleza.

Natureza com realeza e seus adereços
O endereço com a maior certeza...
É não esquentar cabeça com nenhum transtorno.

Há uma cidade com um parque no centro...
Não é o Central Park!

O amarelo e o carmim abrem o caminho
E mesmo sozinho nunca me perco.

Há uma casa com uma árvore muito cheia
No outono ela emagrece, fica mais bela
Pela janela, estupefatos, todos emudecem...

Contemplando perguntam aos quatro ventos...
“Merecemos viver essa formosura?”

Já é outono...
Já é loucura.

André Anlub
Imagem: web

segunda-feira, 19 de março de 2012

CÂNTICO PARA MARIA

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CÂNTICO PARA MARIA

Estendo as mãos em branda amargura
desejando que o mar dos meus olhos encontre,
a ardente estrela e nela descanse
A minha dor... extrema loucura!

Se o céu é distante, vejo-o incerto
Como o futuro que a mim se aflora
Desço ao Hades, procuro a razão
Não tenho ilusão... jovem senhora!

Mas se asas tivesse como o forte condor
Cortaria o espaço e o lívido vento
seria eterno, como eterno é o tempo...

Ao mar desceria, jovem senhora
Aos teus pés eu poria, como o faço agora
O céu, as estrelas, a luz, a aurora!

Maria Tereza Rafael Rogel

CALIENTE


CALIENTE

Júpiter deitou-se comigo!
Fizemos do amor inesquecíveis momentos
Na languidez dos beijos infindos tormentos.....
E Júpiter derramou em taças de cristais
todo o amargor de um adeus,
entre dunas aos olhos de Zeus
sorvemos soluços e ais.
Desejos, ardência, nudez e abraços.
Galopamos nas asas do vento,
semente jogamos no tempo,
dormimos nos braços da sorte,
nos enlaçamos na morte
entre amores imortais!


Maria Tereza Rafael Rogel.


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O GUERREIRO SILENCIOSO


VENTO muda a paisagem
do inferno, o tempo
não quer parar a corrida,
Ando no meio de um banho de sangue,
MAS PREFIRO morrer
com o Cheiro da batalha
em minha boca.
Deito no campo das CABEÇAS cortadas,
e tento sonhar com um castelo de areia,
mas tudo não passa de Ilusão,
amanha é outro dia de Tortura.



domingo, 18 de março de 2012

RAÍZES


RAÍZES

Criaste em mim a raiz do amor
Com teu olhar mortiço, lábios pedindo
Contatos febris, dividissem o calor,
Que subia no teu corpo, semblante lindo!
Enlouqueceste meu corpo e pensamentos
Quando, uma a uma, despiste tua pele, rindo
De minha admiração colegial pelo teu movimento
Seios redondos, sobressaiam botões, que mexiam
As minhas raízes cresciam, sem alimento
Numa ilusão queimada, pernas tremiam
E tu, senhora da tua certeza, gozavas o momento
Não me arrependo, minhas emoções não dormiram
Hoje que sei tudo isto foi com o tempo
Que mesmo ilusão sendo, teus desejos sentiram!
Quem dera, que o amor, fosse sempre assim,
Sem acontecer, nem ser, nos amássemos,
Só aos poetas é possível viver sempre amor sem fim!


Aquilino Teixeira

sábado, 17 de março de 2012

Decapitação à francesa



Decapitação à francesa

Por entre muros altos de pedras de arenito
Esquivando-se das cruéis flechas em fogo
Vejo-me invadindo a comarca inimiga
Na insensatez de um lúgubre rito.

Somente digo quem sou...
Abrindo mão de descer por um ralo depravado
Minha pulcra essência estará à mercê
Sei que só assim farei parte do seu legado.


Tenho a alma transbordando nesse doce momento
Um palpável amor que vai ao alto tormento
A devoção é promessa que nunca se viu abalável
Amparo é a certeza de jamais ser recusável.

Derramarei meu deleite ao máximo desatino
Seguirei suas pegadas nas areias quentes do destino
Em meus sonhos um querubim me confidencia...
Por trás dessa máscara negra há um mortal amável.

Por fim verá uma decapitação à francesa
Minha cabeça rolará por sobre o gramado
Na minha boca um sorriso estampado
Piscarei os olhos para a nobre condessa.

André Anlub
Imagem: web

terça-feira, 13 de março de 2012

COLONOS DE RONDÔNIA


(Foto tirada na década de 70 em Rolim de Moura., Rondônia.)
Colonos de Rondônia

Colonização da Amazônia
Uma nova marcha para o oeste.
Malária
Uma nova peste.
Novo El dourado?
Tão utópico quanto o outro.
Madeira, o ouro.
Os documentos chegaram!
O INCRA já decidiu
42 alqueires
Cacáio nas costas do púbere, aliviada está a do senil.
Filho no chão, no colo e na barriga
Casa de lona e ripa
Um rádio à pilha.
Um arrepio, roncos de onças errantes
E de para lá dos atoleiros
Veio o Pau-de-arara
Das margens do Brasil chegara
Trazendo os imigrantes.
Colonos de Rondônia
Heróis sem medalha
Homens sem cerimônia
Sorriso e cicatriz na cara
De suas faces não têm vergonha.

Thiago Rodrigues da Rocha
04/03/2012

sábado, 10 de março de 2012

Para Sylvia


Para Sylvia

Abra a porta e deixe a felicidade entrar
Conte à ela toda sua vida e suas histórias
Fale de suas amarguras e vitórias
Convide-a para um chá
Temos pão integral e frutas.

Que tal a deixarmos recitar um poema seu?
Fazer desse momento aquele que nunca se esqueça
Vamos Sylvia, então escolha você...
Assim, de repente, sumimos para além dessa redoma de vidro
Para longe de uma coação em sua cabeça.

Diga em voz alta, exponha o que lhe faz falta
Abram todos, todas as janelas
Se for repressão ou depressão...
Ainda não está fenecida
Faça as pazes com a vida.
Invente que escrever é sua mazela.

Coloque mais um prato na mesa
Mais lenha na lareira e ajeite a cama
A alegria quer ficar.

Sylvia, não se vá...
As letras já estão em prantos.

Todas as pessoas que foram seus sufrágios
Agora estão deitadas em posição fetal
Com olhos encharcados...

Olhando o além, com suas poesias em mãos
Vivenciando o quão a vida é fatal
Descobrindo que nem a morte é em vão.

André Anlub

sábado, 3 de março de 2012

Ode ao Louco


Ode ao Louco

Sente na carne o estrago que a trincheira do corpo deixa passar
Flecha que não era bem quista, disritmia foi-se a bailar
Casco inquebrável, por vezes tentado a traições.

Entre o espírito luzidio e a aura, há um fulgor de Foucault mais forte.
Persevera a bondade do antes e do agora
Ser altruísta de cumplicidade afortunada e contínua
Mostra com clareza, destreza e simploriamente, os “nortes”.

A altivez tem tratamento, seja por vezes até o suicídio!
Segurando forte em uma mão a vida moribunda...
Na outra mão a morte... Acalento que soa sem perigo

Suspenso pelo pescoço, com as canelas ao vento
No abismo vê-se isento de culpa, de dor e remorso.

Dimanem sacrifícios?
Não, chega de ignorância!

André Anlub
Imagem: web