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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

LIQUIDIFICADOR DA LOUCURA


Liquidificador da loucura 

Sentia-se flutuando no rubro crepúsculo 
Como se houvessem douradas asas 
Solto ao vento e o corpo em brasa 
Como pluma de uma ave rara, sem rumo. 

Amor latente ao peito entregue 
De frente à porta da felicidade 
O jeito que seu orbe teve de dar-lhe presente 
O laço que desenlaça na fantasia da alma. 

Brilho agudo da aura que passa célere 
De horas que passam em segundos 
Em lumes no gelo de um tempo absurdo 
Reflexo da cara metade em seu próprio espelho. 

Quem seria essa merecedora de intenso amor? 
Seria o esplendor da gloria conquistada? 
Seria a mais briosa enamorada? 
Não, não houve procura 
Houve sorte e destino 
Houve física e química 
No liquidificador da loucura. 

André Anlub