Sentia-se flutuando no rubro crepúsculo
Como se houvessem douradas asas
Solto ao vento e o corpo em brasa
Como pluma de uma ave rara, sem rumo.
Amor latente ao peito entregue
De frente à porta da felicidade
O jeito que seu orbe teve de dar-lhe presente
O laço que desenlaça na fantasia da alma.
Brilho agudo da aura que passa célere
De horas que passam em segundos
Em lumes no gelo de um tempo absurdo
Reflexo da cara metade em seu próprio espelho.
Quem seria essa merecedora de intenso amor?
Seria o esplendor da gloria conquistada?
Seria a mais briosa enamorada?
Não, não houve procura
Houve sorte e destino
Houve física e química
No liquidificador da loucura.
André Anlub