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domingo, 23 de janeiro de 2011

POR QUE DORMIMOS NAS IGREJAS E SOMOS INDUZIDOS A PREFERIR FALAR DE SEXO?

POR QUE DORMIMOS NAS IGREJAS E SOMOS INDUZIDOS A PREFERIR FALAR DE SEXO?

Somos todos convidados a dormir nas igrejas pelos simples fatos que por lá, se diz muito, se explica pouco e os dogmas transformam, sem muitas dificuldades, as mensagens bíblicas, atemporais, em discursos rotineiros e enfadonhos que condenam e nos fazem assumir culpas que não temos.

Se estendermos as discussões para outros patamares, temos a mercantilização das interpretações daquilo que se chama de palavra de Deus, a espetacularização das homílias que desfocam e fortalecem o marketing de hoje, pequena empresa, no futuro, grande negócio. Se não bastasse tudo, a síndrome da prosperidade pentecostal salvacionista, ou seja, siga as dicas ditatoriais, disfarçadas de livre arbítrio, doe de coração e prospere.

A preferência quase que unânime das pessoas por sexo ou coisas ditas mundanas do que pelos bordões do tipo, a Bíblia disse, que as Igrejas impõem, está intimamente associada à maneira jesuítica punitiva que aprendemos a lidar com o corpo. É mais do que sabido, que as pulsões sexuais são da nossa natureza animal e como animais “racionais” que somos, deveríamos conviver naturalmente com elas. Porém, este impasse de naturalidade e culpa, nos faz mal resolvidos, logo as preferências esbarram no proibido é mais gostoso. A hipocrisia moral da proibição tem como válvula de escape a promiscuidade, a pornografia indireta e direta e os discursos moralistas.

Em meio tudo, nos resta uma reflexão, se dormimos ou não nas igrejas e somos induzidos ou não a preferir falar de sexo, o que realmente importa é a coerência entre discurso e prática muito bem cantada poeticamente por Fernando Anitelli, Teatro Mágico: “Errado é aquele que fala correto e não vive o que diz- Zazulejo”.


Kildery Amorim Maciel
22/01/2010

Mais textos do autor em: http://kilderymaciel.blogspot.com/