POEMA SEM FIM
PARTE IV
De que matéria fui feita eu
Que contraria a tudo que é humano
Que sentimento tão profano
Uniu-me a consciência de um ateu?
Sem planos, sem objetivos
Passo os dias nessa vã procura
De uma doença para minha cura
Alimentando sentimentos corrosivos.
Matei meus sonhos mais queridos
E os trago a mim acorrentados
Pra tornar o fardo mais pesado
Arrastando um coração já combalido.
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PARTE X De que matéria fui feita eu
Que contraria a tudo que é humano
Que sentimento tão profano
Uniu-me a consciência de um ateu?
Sem planos, sem objetivos
Passo os dias nessa vã procura
De uma doença para minha cura
Alimentando sentimentos corrosivos.
Matei meus sonhos mais queridos
E os trago a mim acorrentados
Pra tornar o fardo mais pesado
Arrastando um coração já combalido.
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Há em mim um sentimento inexplicável
Um medo, um temor indescritível
À luz do sol me faço invisível
E à noite, uma sombra indecifrável.
Contra o que tenho lutado e desde quando?
Me ensanguento nessa luta imaginária
Erguendo a minha espada solitária
À um exército de fantasmas sem comando.
Às vezes fujo, apressando os meus pés
Temo muito o embate principal
Pois, a minha armadura é de cristal
E os gládios são tão fortes e cruéis.
Janete Roen