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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

MEU CISNE

(Para Chrísley Dárcia)

Na magia do sonho, ela é a minha Alice.

Alice enfeita seu Reino Encantado, penetra o âmago da alma e extasia o olhar.

No mundo mágico e maravilhoso da música clássica seu corpo garboso de moça bonita e de mulher-menina, em ritmo harmonioso, lânguido e majestoso, desliza, flutua, encanta e fascina.

Com graciosa leveza corta, velozmente, o suntuoso espaço, sem qualquer embaraço, tranquilamente invade a sensibilidade de quem se deleita com tanta beleza.

Na ponta dos pés e no frufru da saia de véu está toda a riqueza, magia e nobreza da arte animada que Alice desenvolve com a faceira meiguice de uma Fada e a pose elegante de uma Princesa.

Alice reflete, no porte altaneiro e na flexibilidade dolente do corpo dengoso e brejeiro a ternura envolvente da boneca de pano, embalada secretamente pela menina inocente que brinca no coração de donzela adormecido ou escondido no íntimo de cada mulher.

O moço bonito que surge aflito do mundo dos sonhos, espera Alice para o abraço apaixonado. Ela, faceira e provocante, atende ao chamado. Joga-se-lhe aos braços numa atitude de entrega total.

Numa fração de segundos, porém, ei-la que, decidida, livra-se daquele abraço, foge daquele olhar...

Parece assustada vendo-se perseguida, mas continua a fazer seu jogo de sedução, parando junto ao moço galante, toca-lhe a face com um leve carinho. Depois foge correndo, negando-se a aceitar o inocente afago, o breve toque de mãos entre ela e o jovem Príncipe Encantado.

E assim Alice, qual borboleta travessa, ora vai, ora fica em seu eterno revoar no Jardim da Fantasia como se brincando de enganar.
Alice é estátua e liberdade; é gaivota e é pião; é sonho e realidade. 

Não pára, não ri, não canta. Só baila e encanta. É Cisne Branco no lago azul da Poesia.

Rosimar Brito