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terça-feira, 3 de dezembro de 2019

PACOTI DO MEU TEMPO


Terra virgem – índio ao longe
Terra boa - índio chegando
Terra da gente – índio ficando
Nossa terra – índio habitando
Boa terra – índio feliz
Linda serra – índio vivendo
Pacas na serra – índio caçando
Água cristalina – índio pescando
Água na serra – boa pra vida

Rio das cotias
Rio das pacovas
Ou das bananeiras
O rio é grande – bom pra nadar
Rio bonito – voltado pro mar

Mata verde – pássaros cantando
Mata virgem – animais brincando
Mata grande – índio festejando
Vida na mata – liberdade
Vida no rio – prosperidade
Serra verdadeira – legitimidade.

Terra linda! – estranho chegando
Terra boa! – estranho ficando
Terra hospitaleira – estranho morando
Minha terra – branco expulsando
Terra minha! – índio lutando
Terra do índio – branco explorando
Terra invadida – índio morrendo
Terra minha – mestiço formando
Terra nossa – escravo chegando

Filho da terra – índio fugiu
Dono da terra – índio morreu
Filho do índio desapareceu
Filho do branco e do negro nasceu
Dono da terra o mestiço ficou
Filho da terra a verdade ocultou
E o filho do filho a História esqueceu.

E a Terra, mãe adotiva, virou povoado
Produziu café, cana de açúcar
E outras culturas
Pelas mãos calejadas
Do trabalhador rural

Nasceu a violência
E fundaram, então,
Um Distrito Policial
No Sítio Pendência.
Construiu-se a Igreja
Vila
Município
Distrito
Cidade
Pacoti, será esta a tua história
Ou será outra a tua VERDADE?



Rosimar Brito