CÁLICE DE VENTRE
decerto
sonha-me em delírio...
Acordar-me-ei?
Se existir...
Fingir poeta?
Quanto ainda...
E quanto ainda mais
negar o peso à gravidade
e desejar o inverso!
Perder-me ao cosmos
de versos
inversos...
“Quero ser poeta, mãe...
Quando crescer!”
Poema das pedras;
Lírio
dos delírios líricos
da língua...
Fingir poeta
ao tanto de fingir
ter alma...
Cale-se!
Ela dorme...
Decerto me escreve!