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segunda-feira, 14 de março de 2011

NÃO SEI SE MINHA VIDA É ESCREVER

NÃO SEI SE MINHA VIDA É ESCREVER

Não sei se minha vida
É realmente escrever
Sei que ela me escreve
Me desenha, me pinta
Em tantas paredes...

No tronco da árvore
No banco da praça
Na pétala clara
No concreto mole
Daquela calçada

Me esboça surreal
Na tela em branco
No quadro negro
Na agenda, caderno
E na carteira da escola

Debaixo da escada
No estrado da cama
Em ranhura na estrada
E na areia da praia
Letras e formas de pé

No papel perfumado
Alado eu meu sinto
Quando sou aspirado
(e flutuo com intento
e eu tento tanto...)

Esta é a vida!
Sua cor preferida?
Vermelho indiano
Vermelho carmim
Vermelho mundano
Vermelho sem fim

Me tatua quente
Na pedra fria
Poente na pele nua
Pra todo o sempre
Desenhado na teia
Esparramado na lua

Sou tinta óleo
Pra quem me olha
Bem lá no fundo
Um livro ilustrado
Que alguém desfolha
Pra guardar de lembrança

Assim esfrio com o vento
E como as pedras da rua
Enfim a vida me perpetua
Secando meu sangue no tempo...