Quando minha janela
Está de braços cruzados
O pau d’arco não quer mais
Vestir seu traje de sol;
A palmeira elegante se nega
A namorar o vento;
O ocaso recusa-se
A purpurar o horizonte;
A Lua e as estrelas vão dormir
Sem me dizer boa noite.
Se a minha janela
Não está de braços abertos
Guardo o meu sorriso
Para quando o sonho voltar.
Quando minha janela
Está triste como eu
Só a Virgem do céu
Do alto da capela
Continua a derramar
Luz e graças
Sobre a cidade
Cega,
Surda
E muda.
Rosimar Brito