VIVER OU NÃO VIVER? A DESUMANIZAÇÃO FEITA PELO CAPITAL
Passar pela vida sem tê-la percebido? Eis aí a rotina de milhões de trabalhadores. O proletariado que, estando preso ao Sistema e fazendo parte de todas essas engrenagens, não vive, apenas sobrevive; não existe, subsiste; precisa garantir os recursos básicos para sobrevivência e para eles não é ofertado "o privilégio "da arte, do teatro, cinema, do museu, viagens; não lhes é ofertado o direito ao pensar e questionar.
Existem escolas ou modelos escolares de acordo com às classes sociais, são adaptadas à elas. Por exemplo: a escola do filho do proletário, nada mais é que uma antessala para o chão de fábrica: com suas sirenes, sua padronização, a castração das peculiaridades e criatividades, sua forma de avaliar e ensinar, seus uniformes, enfim. ..
Formam trabalhadores muito bem capacitados à operar máquinas e apertar botões mas, incapazes de fazer uma introspecção, uma reflexão, e questionar o mundo ao seu redor - deles foi extraído o senso crítico, não formam pensadores, mas sim operários.
E outros tantos milhões rastejam pela terra com fome; estes, apenas, como animais, só se lembram ou têm em si os instintos primitivos de sobrevivência: o medo, a sede, a fome, o frio, a procura por abrigo e o instinto de preservação e procriação da espécie.
Olhando para o mundo como um todo, em tempos de globalização, em tempos de ONU e direitos humanos, ainda estamos muito, mas muito, distantes de sermos vistos como civilização. Existe a ideia de civilização quando olhamos para países como a França ou países nórdicos e sob outra ótica, a civilização do Capital engendrado ou tendo sua manutenção feita graças às guerras, à rapina, aos saques, às infiltrações feitas por potências em países de terceiro mundo em ascensão com objetivos de desestabilizar a política, economia e a democracia impedindo assim seu progresso e possibilitando a usurpação do poder e de seus recursos naturais. Isso não é ser civilizado, isto é barbárie pura como nos tempos dos Vikings ou piratas.
Será que para termos um pequeno vislumbre de civilização, tenhamos que recorrer à ficção de filmes da Marvel e tomarmos como exemplo de modelo de gestão o país africano fictício de Wakanda, reino do Pantera Negra?
Jorge Azevedo
23/05/2018