PREENCHENDO VAZIOS
Disse certa amiga minha que escrevia para preencher vazios. Plagiando suas palavras eu afirmaria o mesmo, acrescentando apenas que, além disso, vou também organizando páginas soltas e tentando passar a limpo o rascunho, sempre inacabado, dos momentos sombrios ou felizes de minha vida.
Vou rabiscando folhas em branco na tentativa de traduzir sentimentos e emoções, com palavras talvez insignificantes para os outros, mas de extrema importância para mim, porque foram ditadas pela voz do coração, em momentos muito especiais.
Estas páginas são o retrato falado de minhas lágrimas choradas e sufocadas no mais fundo d’alma. Falam de meus silêncios e de minhas reticências, de minhas alegrias e conquistas. Contam a história de meus anseios, amarguras e de minha luta pela felicidade no amor; e revelam a mulher que sou: romântica e sentimental, dona de um coração que ama, sofre e espera. Mulher que é capaz de pensar como adulta, sonhar como adolescente e chorar como criança perdida. Mulher que vive intensamente a emoção do momento, que às vezes se desespera mas logo recupera a paz e a serenidade de quem acredita num futuro mais ameno; Mulher que defende o amor, a amizade e a união, sem esquecer que na vida tudo é efêmero.
Embora reconheça que as palavras jamais conseguem traduzir, fielmente, todas as nossas emoções (e intenções), acredito que os meus poemas falarão de mim às pessoas que me foram queridas, quando um dia eu já não puder estar entre elas, quando eu simplesmente me chamar “SAUDADE”.
Rosimar Brito
Autora do livro "Ditames do coração"